Estava no seu quarto. Que praticamente um dia já foi nosso. Eu não queria vir. Na verdade, eu queria. Eu não queria era vir aqui, me apaixonar mais ainda e ter que ir embora.
Lembro-me da primeira vez que entrei ali. Estávamos imersos numa onda de paixão e loucura. Perdidos nos braços um do outro.
Eu olhava ao redor daquele ambiente aconchegante, que me afastava do mundo exterior. E me fazia sentir como se nada mais importasse.
No quarto havia um banheiro, e da minha área vip podia ve-lo saindo de lá, com os cabelos molhados,enrolado com uma toalha do Snop que eu tinha dado a ele, que dava a impressão de másculo-fofo, que por sinal ele adorou secretamente,mesmo dizendo que era afeminado. Admirava seu corpo que era um canto sagrado. Ele vinha e me abraçava e me pedia faz-um-lanche? e eu já propunha um banquete nupcial. Ele me pedia umas horas do dia e eu já queria décadas juntos. Ele me pedia um tiquinho de qualquer coisa e eu já vinha com temporadas completas. Deve ser isso. Meu erro é mergulhar de cabeça.
Volto os meus pensamentos ao tempo presente. Olho para suas roupas espalhadas pelo quarto, que eu costumava arrumar.
Sua coleção de livros organizadas na estante, a maioria eu que já tinha lido e discutimos sobre cada um deles.
Pego uma bolsa e recolho minhas coisas,que um dia já foram peças únicas e permanentes daquele lugar. Paro na sua escrivaninha e pego um porta retrato que continha nossa foto. Estávamos sorrindo e nossos abraços se encontravam.
Devolvo-a para o lugar onde estava.
Estou indo embora,mas paro na porta olhando uma última vez aquele quarto e querendo ser o mundo dele novamente.
domingo, 2 de fevereiro de 2014
O amor e suas peripécias
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